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Mostrando postagens de junho 7, 2014

Entre o Aprisco e o Curral

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João 10.1-7 Encontramos figuras que são utilizadas metaforicamente para indicar a Igreja. Entre elas, a Igreja tem sido identificada como o aprisco onde as ovelhas se encontram, se aquecem e se protegem. No aprisco, considerando a perspectiva bíblico-teológica, as ovelhas conhecem o seu pastor. A figura do aprisco indica mais do que meramente um local onde as ovelhas se abrigam, indica a relação de confiança entre as ovelhas e o pastor. A palavra grega utilizada apresenta este sentido. “ Parece ser um quintal na frente da casa, cercado por um muro de pedras que, provavelmente, tinha abrolhos em cima ”. [1] Esta figura que indica algo simples e tão familiar ao povo da época é utilizada pelo evangelista João para ilustrar a relação de pastoreio de Jesus para com os discípulos (João 10.1-7). Assim, o autor bíblico descreve esta relação entre pastor e ovelhas. As ovelhas sabem que o pastor quer o bem delas e sempre que se dirige a elas é para seu bem. As ovelhas não temem o seu

De volta ao aprisco

Hebreus 13.20 Introdução Esta é a quarta reflexão que faço em torno do tema aprisco e curral. No entanto, Hebreus 13.20 nos traz de volta ao aprisco. O autor se refere a Jesus como o  grande pastor das ovelhas . Ele foi apresentado por João como o bom pastor, agora ele retorna no texto de Hebreus como o grande pastor. Ao fazer isto, o autor resgata e restaura a concepção que vem do Antigo Testamento acerca do pastor e que é instigante e paradigmática para o ministério pastoral hoje. Há uma clara referência a Moisés que, com seu cajado e sua autoridade de guia, conduziu o povo do meio da escravidão no Egito até a entrada na Terra Prometida. Em outras palavras, o autor de Hebreus está relacionando o pastoreio de Jesus a um novo êxodo, agora numa perspectiva de salvação escatológica. [i] O grande pastor Além de indicar na figura do “grande pastor” o líder Moisés, logicamente que está implícita a imagem de pastor que é atribuída a Deus. Deus é o primeiro e maior pastor. O Salmo

O aprisco e a manjedoura

Introdução Pastorear é se relacionar com as pessoas. O trabalho pastoral se constitui numa constante ação de afetividade. Sem ela o pastoreio se torna frio, distante e burocratizado. A afetividade aproxima as pessoas, aproxima o pastor e a pastora das pessoas e das famílias e produz uma convivência saudável. É num ambiente de afetividade que o ato de pastorear se plenifica, se integraliza e se concretiza em frutos na vida das pessoas. Neste sentido, observar a cena que se desenrola no interior do aprisco, onde há uma manjedoura e pessoas envolvidas na trama é, no mínimo, receber uma motivação para o pastoreio afetivo e efetivo. O pastoreio deve ser desenvolvido tendo o ministério de Jesus como modelo. Nesta reflexão vamos olhar o local onde Jesus nasceu e buscar no simbolismo do ocorrido a inspiração para um pastoreio no âmago do aprisco. O ministério, nesta perspectiva, tem algumas características que se ressaltam: 1. Simplicidade . O ministério deve ser exercido com simpli

Ministério no aprisco versus ministério no curral

As parábolas de Lucas e de Ezequiel Introdução As figuras do aprisco e do curral desafiam nossa reflexão e nos convidam a considerarmos o que diferencia o ministério entre um e o outro. “ Enquanto a figura do aprisco indica metaforicamente o encontro amoroso do pastor com suas ovelhas, o curral indica o local da ‘ração’ para o gado, ou seja, onde metaforicamente as pessoas ruminam o ‘sal’ ou a ‘ração’ que lhes são oferecidos sem, no entanto, vivenciaram os aspectos que compreendem o aprisco ”.1 Para isto, faremos uma leitura de dois textos bíblicos que nos auxiliarão em nossa reflexão nesta linha de pensamento. O primeiro texto é o de Lucas 15.4-7, onde é contada a parábola da ovelha perdida. O segundo texto é o de Ezequiel 34.1-10, onde são apresentadas características negativas na vida dos líderes, o que nos leva a pensar no exercício de um ministério na perspectiva do curral. 1. A parábola da ovelha perdida – Lucas 15.4-7 Restauração A parábola da ovelha perdida tem como seu tema

Para estar no aprisco e não no curral

O ministério de acordo com I Pedro 5.1-4 Introdução Esta é a terceira reflexão que faço em torno do tema aprisco e curral. A primeira eu intitulei “ Entre o aprisco e o curral” , onde descrevi brevemente as características de cada uma. A segunda reflexão eu intitulei de “M inistério no aprisco versus ministério no curral” , em cujo texto indiquei algumas diferenças entre os dois tipos de ministérios, levando-se em conta as parábolas de Lucas 15 e a de Ezequiel 34. Nesta reflexão quero abordar os conselhos apostólicos de Pedro quando se dirigiu aos cristãos que se encontravam na dispersão no Ponto, Galacia, Capadócia, Ásia e Bitínia. O apóstolo chama-os de forasteiros, porque viviam em outras terras, mas assim o faziam como eleitos de Deus e santificados no Espírito Santo (I Pe 1.2). Como os seguidores de Cristo viviam em um ambiente de hostilidade, o exercício do pastoreio junto ao povo era fundamental para preservação da fé e perseverança na vida cristã. Desta forma,